O Hobbit pode ser um livro curto sobre heróis pequenos, mas seu diretor, Peter Jackson, afirmou nesta semana que acertou em alongar a história infantil para poder produzir nada menos do que três filmes épicos.
O cineasta nascido na Nova Zelândia ficou sob fogo cruzado de críticas de alguns setores devido à opção por uma trilogia, que estreia nesta sexta-feira com o filme de quase três horas O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Em resposta,
Jackson explicou que transformar o livro original na versão filmada da fantástica Terra-Média criada por J.R.R. Tolkien exigiu uma abordagem mais lenta. O plano inicial era para dois filmes, mas logo se estendeu para três.
No texto de Tolkien, que deixa o leitor frequentemente "sem fôlego, muitos grandes eventos são cobertos em duas ou três páginas", declarou o diretor à imprensa em Nova York.
– Uma vez que você começa a pensar nas cenas, quer fazer um desenvolvimento maior dos personagens, e o filme cresce – explicou.
Para ampliar a história, os diretores também mergulharam nos apêndices de Tolkien deO Retorno do Rei, o último livro da trilogia O Senhor dos Anéis que Jackson adaptou anteriormente.
O Hobbit, apresentado para jornalistas em Nova York na semana passada, mostra o pequeno hobbit Bilbo Bolseiro, Gandalf e 13 anões embarcando em uma jornada rodeada por uma série de forças malignas. É o prelúdio de O Senhor dos Anéis, introduzindo os principais personagens e enredos que reaparecem no restante da saga. O anel de ouro amaldiçoado também faz a sua primeira aparição.
A roteirista e coprodutora Philippa Boyens afirmou que o percurso diferente escolhido para os filmes em comparação com os livros refletiu a dinâmica do trabalho com os atores.
– Grandes atores vêm para você pelo material, e se você dá a eles um material muito leve, você não vai pegá-los. Quisemos escrever para estes grandes atores que estão no filme – afirmou.
O britânico Ian McKellen, que, após atuar como Gandalf em O Senhor dos Anéis volta ao papel em O Hobbit, rejeitou as sugestões de que os produtores estavam tentando gerar mais lucros com os fãs de Tolkien ao dividir o livro em uma nova saga de três filmes.
– Qualquer um que pensa que Peter
Jackson se submeteria às forças do mercado, em vez dos imperativos artísticos, não o conhece, não conhece o corpo de seu trabalho – disse McKellen à imprensa.
A técnica mágica de Jackson, utilizando 3D e 48 quadros por segundo, ao invés dos 24 quadros normais, gerou exclamações de admiração, assim como críticas por um suposto exagero (confira no quadro). Há cenas de batalhas incríveis com hordas de Goblins, cavernas fantásticas e escapadas da morte por um triz ao estilo de James Bond protagonizadas por Bilbo Bolseiro, vivido por Martin Freeman, e de seus amigos anões. Assim como na trilogia O Senhor dos Anéis, os cenários naturais da Nova Zelândia são de tirar o fôlego. Mas, com tantos seres estranhos atacando uns aos outros com espadas, e com tantas armas, rochas e corpos voando em 3D em direção ao público, as poucas cenas íntimas focando em apenas uma dupla de atores chegam como um alívio.
Quando a ação é cortada subitamente da última grande luta com espadas para uma caverna silenciosa habitada pelo Gollum de Andy Serkis, jornalistas na projeção realizada nos EUA proporcionaram alguns raros aplausos.
O filme
> O Hobbit: Uma Jornada Inesperada estreia nesta sexta-feira, mas os mais ansiosos para conferir o longa podem vê-lo antes nas sessões de pré-estreia que se realizam na quinta-feira.
> Apenas um cinema da Capital, a sala 2 do Cinemark BarraShopping, anuncia a exibição de O Hobbit com a projeção 3D em 48 quadros por segundo, chamada HFR (de High Frame Rate). É o primeiro filme a ser apresentado com essa nova tecnologia, que anuncia um nível de realismo e qualidade da imagem nunca antes vistos no cinema.
> Como aquecimento aos fã do universo
O Senhor dos Anéis, a sala 8 do Cinemark BarraShopping vai reprisar os três filmes, sempre às 19h: A Sociedade do Anel (na terça-feira), As Duas Torres (quarta) e O Retorno do Rei (quinta), em versões legendadas e estendidas, com 50 minutos a mais de duração em cada filme em relação às cópias exibidas nos cinemas à época de seus lançamentos.
QUE DISSE A CRÍTICA DOS EUA:
> Exibido em 3D em 48 quadros por segundo, "O Hobbit" tem dividido opiniões
"Há elementos neste novo filme que são tão espetaculares quanto os da trilogia O Senhor dos Anéis, mas também há muitas coisas entediantes." The Hollywood Reporter
"Tudo assume uma qualidade exagerada e artificial na qual a falsidade de cenários e figurinos se torna óbvia, enquanto as áreas bem iluminadas sangram em seus arredores, como se fosse um filme caseiro de alta qualidade." Variety
RESPOSTA AO "O Hobbit', que estreia nesta sexta, inaugura nova trilogia do diretor de 'O Senhor dos Anéis'"
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