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PARA BRILHAR JÓIAS INDIANAS



PARA BRILHAR Joias indianas carregam um significado histórico e social Na Índia, a diversidade cultural é fruto das influências que o país sofreu ao longo da História. Em cada região, em cada estado, observam-se costumes diferentes, inclusive no que concerne à utilização de adornos corporais. Segundo Patrícia Romano, professora de dança indiana e dona da escola Natyalaya, em São Paulo, no sul do país é comum usar ouro 22 quilates, bem amarelo. Lá, especialmente na região de Kerala, a mulher é considerada Mahalakshmi, a Deusa da beleza, prosperidade e abundância, por isso deve estar sempre parecendo uma deidade, adornada com muito ouro, a fim de atrair prosperidade. Usa-se apenas uma ou duas pulseiras, sempre de ouro maciço, jamais de prata. Diferente do norte, a prata
 não é considerada uma joia no sul do país. As nortistas costumam usar muitas pulseiras, mas de vidro, 



metal ou prata, não de ouro. Casamento Existem adereços utilizados apenas depois do matrimônio, indicando que a mulher é casada. No Norte, é comum utilizar o mangalsutra, um colar de contas pretas com um adorno dourado na ponta. No caso de pessoas pobres, usa-se uma bijuteria. Já no Sul, porta-se o tali, uma grossa corrente de ouro com um pequeno pingente, também de ouro, em forma de coração, com um rubi que pode variar de tamanho. Segundo a cantora indiana Meeta Ravindra, as viúvas não usam nenhum tipo de joia, somente um sári (vestimenta) branco. Tais preciosidades são passadas de geração em geração, tanto de mãe para filha, quanto de sogra para nora. “Até hoje, toda vez que a minha sogra me vê ela quer me dar alguma coisa”, conta Patrícia. Mas, muitas vezes, por considerar tais adereços antiquados, as novas gerações os desmancham, utilizando o ouro e as pedras para confeccionar novas joias mais modernas. Meeta conta que, no século XIII, durante a invasão muçulmana no norte da Índia, mulheres e crianças eram seqüestradas e levadas acorrentadas para fora de seu país. Em atitude de protesto, as mulheres indianas usavam correntes em torno do pescoço, braços, pernas e pulsos a fim de evidenciar o modo como eram tratadas pelos invasores. Com o tempo, tais correntes perderam seu significado e foram transformadas em ornamentos. “Hoje são usadas com muito gosto para preservar a feminilidade e deixar a mulher mais bonita e atraente”, diz. Patrícia explica que na Índia, acredita-se que as pedras estão diretamente relacionadas aos planetas. “Quando fazemos o nosso horóscopo, sabemos qual é a nossa pedra de nascimento e da sorte. Às vezes, quando passamos por um período difícil, o astrólogo nos aconselha a usar determinada pedra em determinado dedo para potencializar ou neutralizar o efeito de algum planeta sobre nós”, explica. Há muitos outros adereços utilizados pelas indianas. Os piercings, por exemplo, são utilizados sempre no nariz com o intuito de prevenir gripes. Os anéis colocados nos dedos dos pés mostram controle de desejos sexuais. As tornozeleiras, chamadas de Padaswara no sul do país, normalmente são feitas em prata e utilizadas no dia a dia. Ouro no Brasil Por que nunca dificilmente vemos joias indianas douradas sendo comercializadas aqui no Brasil? Segundo Patrícia, tudo se deve à violência do país. “Na Índia, qualquer mulher, seja ela trabalhadora rural ou médica, porta suas joias em qualquer situação, mesmo no trabalho. Já vi mulheres, carregando pedras na construção civil com lindos brincos, pulseiras e colar de ouro”. Outro motivo diz respeito ao preço. A grama do ouro tem o mesmo valor em qualquer parte do mundo, a única diferença, que é o torna as joias indianas mais baratas, é o trabalho, ou seja, o preço do artesão que é extremamente baixo na Índia. “O ouro é um investimento mais ousado para quem comercializa do que a prata, que é de fácil venda”, diz Patrícia.


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