Abrir uma empresa em 2012 significa atuar em um cenário especial: crescimento no Brasil e crise lá fora. Não é uma conjunção tão rara — afinal, desde 2009 o país resiste à desaceleração observada nos Estados Unidos e na Europa. A diferença agora é que grandes investidores, locais e internacionais, estão determinados a explorar o mercado interno. Isso amplia o volume de recursos disponível e pode resultar em aportes para empresas brasileiras, em oportunidades para fornecer produtos e serviços para redes estrangeiras e também em maior concorrência. “Há muitas marcas sondando o Brasil, ao mesmo tempo que os fundos de investimento e de private equity. Quem se estruturar bem pode se tornar atraente para eles”, afirma o consultor Marcelo Cherto, integrante do Conselho Consultivo da Endeavor.
O principal indicador de crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB), seguirá na casa dos 3%, de acordo com as projeções de mercado reunidas no relatório Focus, do Banco Central. A renda das famílias tende a crescer acima disso — no ano passado, já aumentou 5,7%. Com mais dinheiro, o brasileiro quer melhorar de vida: cuidar de seu bem-estar, se alimentar bem, estudar e ter acesso aos últimos lançamentos tecnológicos. E, muitas vezes, adquirir isso sem sair de casa, como indica o faturamento do comércio eletrônico: um salto de 26% em 2011 em relação ao ano anterior, segundo a consultoria e-bit. As transformações não se limitam ao comportamento. O perfil demográfico do país está mudando. São mais adultos e idosos, e não só nos grandes centros. “Há muito potencial a explorar no interior, especialmente nas cidades enriquecidas pela agricultura e pela mineração”, diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
>> Leia também: 50 tendências para explorar
A proximidade da Copa do Mundo acrescenta possibilidades para o empreendedor. “É um bom momento para alavancar negócios, pois a preparação para o evento deve gerar 250 mil empregos formais até 2014 e responder por 0,5 ponto porcentual do crescimento do PIB”, afirma Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco. Os setores mais beneficiados por investimentos serão os de infraestrutura, estádios, telecomunicações, segurança e turismo, segundo dados do banco e de um estudo da consultoria Ernst & Young e da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O principal indicador de crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB), seguirá na casa dos 3%, de acordo com as projeções de mercado reunidas no relatório Focus, do Banco Central. A renda das famílias tende a crescer acima disso — no ano passado, já aumentou 5,7%. Com mais dinheiro, o brasileiro quer melhorar de vida: cuidar de seu bem-estar, se alimentar bem, estudar e ter acesso aos últimos lançamentos tecnológicos. E, muitas vezes, adquirir isso sem sair de casa, como indica o faturamento do comércio eletrônico: um salto de 26% em 2011 em relação ao ano anterior, segundo a consultoria e-bit. As transformações não se limitam ao comportamento. O perfil demográfico do país está mudando. São mais adultos e idosos, e não só nos grandes centros. “Há muito potencial a explorar no interior, especialmente nas cidades enriquecidas pela agricultura e pela mineração”, diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
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A proximidade da Copa do Mundo acrescenta possibilidades para o empreendedor. “É um bom momento para alavancar negócios, pois a preparação para o evento deve gerar 250 mil empregos formais até 2014 e responder por 0,5 ponto porcentual do crescimento do PIB”, afirma Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco. Os setores mais beneficiados por investimentos serão os de infraestrutura, estádios, telecomunicações, segurança e turismo, segundo dados do banco e de um estudo da consultoria Ernst & Young e da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Nesse cenário em que empresas e capital chegam ao país, o setor mais promissor é o de serviços. “A demanda tem crescido muito e há pouca competição com empresas estrangeiras”, diz Juan Jensen, sócio da consultoria Tendências. Em São Paulo, o número de micro e pequenas que prestam serviços vai superar o de comerciantes em 2015, segundo estudo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). “A quantidade de prestadoras cresceu 6% em 2011, acima da média de 4%”, diz o diretor-superintendente, Bruno Caetano. Ele destaca as áreas de alimentação, transportes terrestres e serviços de escritório. No país todo, duas áreas promissoras são pouco exploradas: educação e saúde. “Na primeira, falta mão de obra qualificada. A segunda cresce conforme a população envelhece e se preocupa com a qualidade de vida”, diz Carlos Alberto Miranda, presidente da gestora de fundos BR Opportunities.
O varejo tem a vantagem de se beneficiar imediatamente do aumento da renda. O faturamento deve crescer 5% em 2012, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). “É uma boa porta de entrada para o pequeno empresário, porque o investimento é menor”, observa Claudio Felisoni, presidente do conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Aos futuros industriais, o sinal é amarelo. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na construção de uma fábrica são vultosos. E é difícil obter crédito nos bancos — só dois em cada dez empresários conseguem, segundo o Sebrae-SP. “Quando vi o que teria de gastar para montar uma planta, mudei de ideia: terceirizei a produção”, afirma Fernando Pires, 54 anos, fundador da Botica Animal, fabricante de suplementos alimentares e snacks para cães e gatos. A nova aposta deu certo. A empresa, criada há dois anos, deve faturar R$ 3 milhões em 2012 — prova de que há oportunidades mesmo em áreas consideradas menos acessíveis para quem está começando.
Nas próximas páginas, apresentamos 50 ideias de negócios em setores que combinam desempenho expressivo nos últimos anos e projeções favoráveis. Cada modelo traz uma ficha com parâmetros, como os custos com estrutura e a estimativa de faturamento, apurados com os empresários e consultores. São valores de referência, calculados para o primeiro ano de funcionamento de um negócio que siga os mesmos moldes. Para inspirar uma estratégia completa, apresentamos 50 tendências observadas em estudos e pesquisas de consultorias, entidades setoriais, investidores e instituições de apoio ao empreendedorismo. A ideia é observar os movimentos da economia e da sociedade para antecipar as demandas e embasar os muitos empreendimentos que, esperamos, surgirão neste novo ano.
O varejo tem a vantagem de se beneficiar imediatamente do aumento da renda. O faturamento deve crescer 5% em 2012, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). “É uma boa porta de entrada para o pequeno empresário, porque o investimento é menor”, observa Claudio Felisoni, presidente do conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Aos futuros industriais, o sinal é amarelo. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na construção de uma fábrica são vultosos. E é difícil obter crédito nos bancos — só dois em cada dez empresários conseguem, segundo o Sebrae-SP. “Quando vi o que teria de gastar para montar uma planta, mudei de ideia: terceirizei a produção”, afirma Fernando Pires, 54 anos, fundador da Botica Animal, fabricante de suplementos alimentares e snacks para cães e gatos. A nova aposta deu certo. A empresa, criada há dois anos, deve faturar R$ 3 milhões em 2012 — prova de que há oportunidades mesmo em áreas consideradas menos acessíveis para quem está começando.
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RESPOSTA AO "100 ideias para montar o seu negócio"
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